terça-feira, 7 de agosto de 2007

UMA QUESTÃO DE ESTILO

Em dias de crise existencial quando tudo parece singelo e frágil, heis que surgem as grandes idéias que nos fazem esquecer que uma existência física não passa de uma fração de segundo no tempo universal ou de uma experiência emocional prolongada.

Nada como observar as pessoas para entender um pouquinho os seres mais complexos do universo. Acho até que me divirto com isso.

Outro dia caminhando pela calçada perto de casa comecei a prestar atenção nos transeuntes, sem dar muito na cara claro, porquê ficar encarando os outros é falta de educação. Reparei bem num rapaz que trajava terno e gravata que caminhava como se fosse uma alma desajeitada num corpo estranho que casualmente lhe pertencia.

Fiquei pensativa. Pensei, pensei, pensei. Estranho isso. Tem pessoas que parecem mesmo não pertencer aos seus corpos. É como se o corpo quisesse ir para um lado e a mente para outro igual um cachorrinho schnauzer alemão em seu passeio matinal com o dono pelo parque.

Outra observação que fiz foi com relação a como as pessoas seguem a moda, sobretudo as mulheres. Está na moda usar calça jeans com bolsos baixos, aquelas que deixam a bunda bem amassada. Você entra nas lojas e só encontra calças jeans que deixam a bunda amassada. Para aquelas mulheres que não são muito adeptas do uso diário de caneleiras com pó de ferro para manter tudo em cima, a calça acaba realçando o cair dos anos. Sem trocadilhos. Falando ainda em moda, a mulherada cismou de usar calça fuseau com batas coloridas. A gente caminha na rua nos lugares mais descolados e parece que existe um exército feminino colorido vestido com calças fuseux e batas psicodélicas de ‘viscolycra’. A indústria agradece ao exército pela fidelidade. Entra ano, sai ano, a mulherada está endividada, mas está na moda.

Bom, o que tem a ver o moço desengonçado com as mocinhas neo-psicodélicas? Tudo é uma questão de estilo. Explico-me.

Mais vale o estilo de um engravatado e desengonçado schnauzer alemão do que a falta de estilo de um exército de ‘fuseux’ pretas de salto alto...

Eu ainda prefiro os fofinhos schauzers desgrenhados e estilosos....

Claudinha