sexta-feira, 29 de junho de 2007

UMA HISTÓRIA DE AMOR NO CONSULTÓRIO

Oi Pessoal,

Desculpem a ausência. Tive de faturar algum estes dias porquê as clicadinhas nos anúncios do Google daqui não dão nem pra pagar o almoço de um dia da semana. O blog tem um caráter assistencial e filantrópico, mas se entrar um extra não vou achar ruim...

A história de hoje é sobre o amor e como tudo pode acontecer. A esperança é a última que morre. Uma bonita e surpreendente história de amor...

Se passa na sala de espera de uma clínica psicológica. Com uns vasinhos de flores, uma mesa com algumas revistas, jornais, cinzeiro e uma mesa de recepção sem recepcionista. Dois pacientes aguardam sua vez e aquela necessidade de descontração faz-se perceber. Seria melhor dizer talvez necessidade de certificação de que fazer terapia não coisa só para louco... Ambos começam então um prosaico diálogo. Bem, a princípio o diálogo é prosaico... Quando a segunda personagem ('o machão violado') descobre que trava diálogo com uma bicha enrustidésima, que só se revela quando a conversa fica mais light, aí...

(Otávio César ou Tatá todo posudo e sério, com ar de quem quer quebrar ou gelo sem, nem mesmo de longe, dar o ar de quer dar uma azaradinha)
- Nossa, como esfriou, né?

(Roberto Carlos, todo desconcertado, meio distraído, mais muito cortês)
- É realmente. Acho que finalmente começou o nosso inverno.

(Tatá, mais a vontade, quase que sorridente)
- E eu que nem consegui aproveitar minhas férias e o verão...

(Roberto Carlos já menos desconcertado e com certo ar de curiosidade)
- Poxa, tivemos um verão tão agradável. Você esteve trabalhando? Não pôde viajar?

(Tatá, com certo ar de quem pede compreensão, mas ainda sem demonstrar nenhum grau de afetação)
- É. Estive sim. Estive trabalhando muito. Acho que é por isso que vim parar aqui. Estafa, sabe? Primeiro vem aquela sensação de ansiedade, Síndrome do Eu Posso, eu Quero, eu Faço e depois vem ... Ah, você me entende , não?

(Roberto Carlos, meio pensativo e emotivamente solícito)
- Acho que eu entendo. Acho também que não é só trabalho que provoca stress, estafa, depressão. Existem outros fatores que também podem nos levar à beira da loucura...

(Tatá, já mais descontraído, cruzando as pernas d e l i c a d a m e n t e e visivelmente interessado na conversa)
- Também acho. Acho até que isso se aplica no meu caso.

(Roberto Carlos, sem perceber a ligeira afetação de Tatá, curioso)
- Ah, é? Por quê? O que aconteceu?

(Tatá, quase que feliz, um pouquinho mais afetado)
- Ai... Tantas coisas. Imagina você ter que terminar um relacionamento seríssimo por questões profissionais... Isso aconteceu comigo.

(Roberto Carlos, tão curioso que nem nota a afetação de Tatá)
- Sério? Nossa, rapaz (Tatá dá uma olhadinha para o lado com cara feia por causa do 'rapaz' ). Sabe que comigo aconteceu um lance meio parecido? Eu não tive escolha... Mas a minha cabeça tá numa confusão só. Eu é que sei.

Tatá já quase em ponto de bala, controla-se e volta ao estado de enrustido. Enquanto isso a recepcionista chega, senta à sua mesa, começa a arrumar uns papéis e diz com a maior frieza do mundo a Tatá e a Roberto Carlos que o doutor ainda não tinha chegado e que demoraria um pouco para atendê-los, pois ligou antes de sair e avisou que teria que atender um paciente que acabara de tentar se matar. Os dois assentem, meio irritados, mas logo em seguida dão prosseguimento à conversa.

(Tatá, reanimando a prosa, todo atencioso)
- É triste isso, não? Coitado! Apesar de tudo que me aconteceu eu não teria coragem de fazer isso. A vida é tão bela, apesar de tudo.... Decidi não abandonar minha carreira por causa de uma 'zinha' qualquer. Eu conquistei meu espaço num mercado tão difícil de trabalho. Fiquei magoadíiiiiiissima (Tatá pronuncia o adjetivo no feminino sem querer, mas logo já muda a entonação de voz, para não dar bandeira) . Mas aí né cara, fica valendo que tudo na vida tem um preço. Ou você paga pra ver, ou fica devendo, isso quando você não tem que pedir algum emprestado... E no meu caso, meu filho, eu paguei à vista!

(Roberto Carlos, nada desconfiado sobre Tatá dá corda ao assunto...)
- Bem, no meu caso foi diferente. Eu deixei meu trabalho por causa de uma vagabunda, que depois me deixou. Agora estou sem emprego, sem dinheiro porquê ela me rapelou , sem mulher e desmoralizado.Emprestei a vista e eu é que estou pagando os juros...

(Tatá, se aproveitando da fraqueza de Roberto Carlos, dá uma de amigão, mas quase sem conseguir controlar sua afetação, alternando o tom de voz de mais fina para mais grossa)
- Eu tive um amigo que passou por situação como a sua. Ele sofreu à beça. Mas hoje em dia ele é outro homem. Eu, sem usar de falsa modéstia, posso dizer que o ajudei bastante.

(Roberto Carlos, se mostrando interessado, como que se estivesse pedindo um conselho a um amigo)
- O que aconteceu com seu amigo?

(Tatá já resoluto em contar a verdade)
- Ele estava noivo, com tudo pronto para se casar e a sua noiva, dois dias antes do casamento, mandou entregar uma carta na casa dele dizendo que não poderia levar adiante aquela farsa. Que sentia muito por tudo, por todas as fitas que tinham alugado para assistir juntos, pelas flores cor-de-rosa que ele mandara no dia seguinte ao que eles se conheceram, as tardes de sábado no Parque do Ibirapuera, as caixas de bombom Garoto, os cartões musicais no Natal, na Páscoa, em seu aniversário, no dia dos Namorados, aquele perfume do Boticário que ela não tinha gostado muito, mas que a mãe tinha adorado... E também pelo carinho especial que ele tinha para com sua família. Seu pai, sua mãe e seu irmão, que chegara a dizer que jamais conhecera uma pessoa tão sensível quanto ele... Dessa forma, ela não teria o direito de dar prosseguimento ao relacionamento de uma maneira tão séria, tendo em vista sérias circunstâncias...

(Roberto Carlos, quase ajoelhado de curiosidade)
- Mas que sérias circunstâncias??? O que pode levar alguém a tomar uma atitude dessas num relacionamento tão bonito, tão profundo... Eles se casariam, ele a ajudaria a lavar os pratos, lavar, passar, cozinhar, trocar as fraldas das crianças, assistir ao lado dela, aos domingos, seu timão jogando contra o ‘Palmêras’... O que poderia atrapalhar um futuro tão romântico, tão cheio de alegria, de amor? O que poderia ser mais belo que olhar para as camisas passadas do marido e pensar consigo: Ah, como é bom vê-lo sempre elegante, alinhado! É... Realmente as mulheres são imprevisíveis...

(Tatá chega até a se emocionar, mas depois adquire ar de Hitchcock, se sentindo o dono da situação, considerando seus talentos artísticos para representação, claro)

- Bom, meu amigo, O Ivonaldo, tinha uma irmã. Muito bonita, aliás, morena, 1,80, cabelos longos, olhos azuis e extremamente requintada. Uma moça digna de entrevista na Marie Claire. Formada em Comunicação, pós-graduada em Economia Contemporânea Brasileira, exercia o cargo de assessora de imprensa dentro de uma importante empresa, cujo nome não me ocorre agora. O que mais impressionava era o fato de que ela não era muito exigente com seus namorados, sabe? Bom, talvez pelo fato de que ela raramente aparecesse com um em casa...

(Roberto Carlos, perdido e tomado pela curiosidade)
- E daí? O que tem a cunhada a ver com o casório? Não estou entendendo mais nada! O que tem a ver o fato de ela ser gostosona, inteligente etc. com o fato de o casamento não ter se realizado?

(Tatá, no suspense, enquanto pensava num final feliz, não muito trágico nem cômico ou chocante demais para a história que acabara de inventar)
- Esse foi o principal problema. Ela era muito gostosa. E acontece que muita gente achava isso...

(Roberto Carlos absolutamente impaciente)
- Não, não é possível. Deixe-me ver. O cara perdeu a noiva e isso está relacionado com o fato de que muita gente achava que a irmã dele era boazuda. Eu estou certo? Tá, mas qual o parentesco do pato com o ganso?

(Tatá, soberbo, já não se preocupando com a afetação, cruza, descruza as pernas, acende um cigarro e desfila o princípio do epílogo)
- Sabe que hoje um dos meus melhores amigos é o Ivonaldo, graças à força que eu dei pra ele?

(Roberto Carlos, quase que estrangulando Tatá)
- Mas será? Por quê? Não estou conseguindo ligar os pontos. Qual é, cara? Eu ainda não tô louco, não. Que as mulheres são imprevisíveis, disso eu sei muito bem. Aliás, acho que não vou querer saber de outra tão cedo, mas tanto assim? Me conta logo vai.

(Tatá, aproveitando a oportunidade, finalmente conta o desfecho da história)
- Sabe, às vezes acontecem coisas que não dá pra explicar. Aliás, talvez até dê. Talvez por isso nós estejamos aqui. Bem, resumindo, a noiva do Ivonaldo se apaixonou pela irmã dele, que já vinha dando bola pra ela, desde que essa começou a frequentar a casa dos pais do Ivonaldo. E no dia em que ela deixou o bilhete na casa dele, que aliás foi colocado em cima da mesa da cozinha pela própria irmã dele, ela aproveitou para pegar a ex-cunhada, com mala e cuia e elas se mandaram juntas. Agora você me pergunta como eu sei de toda a história. Eu te digo. O segundo bilhete, escrito pela irmã do Ivonaldo, que já era minha amiga, esta mesma o escreveu e deixou comigo para que - veja você - eu o entregasse a ele!

(Roberto Carlos, visivelmente estarrecido, quis saber mais)
- Mas o que estava escrito no bilhete que ficou com você?

(Tatá, já calmo por ter conseguido passar pela fase crítica da sua estória)
- Bem, ela pede mil perdões e disse que o sentimento que a tinha tomado era muito mais forte até que a razão e que seria uma boa ocasião para ela finalmente poder revelar seu outro lado. Aquele que estava prestes a explodir. Disse também que pouco se importava com o que os outros pudessem pensar a seu respeito e pronto. Só queria ser feliz e que o irmão também fosse. Afinal, se houve uma correspondência da parte de sua ex-noiva, é sinal que ele ia cometer um grande erro se se casasse com ela. Ah, e disse também iriam passar a lua-de-mel em São Francisco e que mandariam um postal de lá.

(Roberto Carlos, atordoado, mais ainda curioso)
- E o Ivonaldo, como reagiu a tudo isso?

(Tatá, já quase exausto com a novela que havia criado, que não tinha mais fim)

- O Ivonaldo ficou mais arrasado por causa da irmã do que por causa da noiva, dá pra acreditar? Da irmã ele nem desconfiava, mas da noiva...

(Roberto Carlos, agora sim intrigadíssimo)
- Mas como ele ia se casar com ela se ele desconfiava... Meu Deus do céu!

(Tatá, simplificando e já sem preocupação alguma com o doutor que não chegava tampouco com o que o outro ou a recepcionista iriam pensar a seu respeito, soltando pétalas...)
- Bom, estando casado, ele poderia continuar se encontrando com... com o irmão de sua noiva. Facilitaria bastante. Mas depois da sua noiva tê-lo deixado, isso ficaria mais difícil. Foi então, que ele achou melhor se separar também do irmão de sua noiva, mudar de endereço e de corte de cabelo.

(Roberto Carlos o olha com ar de quem não espera mais surpresa alguma)
- E como você conseguiu ajudá-lo numa situação tão delicada? Me diga, pois se um caso desses teve solução, por quê não o meu, que foi bem mais simples ( diz meio desolado...)

(Tatá finaliza triunfante e fingindo uma certa tristeza maquiavélica)
- Foi simples. Ele mudou para o meu endereço. (suspira). Mas semana passada ele foi embora. Pra São Francisco, pois disse que com a irmã lá, as coisas seriam mais fáceis. Trabalho, essas coisas, sabe? Mas tudo bem. Eu já estou me recuperando. É por isso que eu tenho trabalhado tanto. Acho que é pra esquecer ou fugir.

(Roberto Carlos, já não mais o machão desolado...)
- Afinal, não foi por uma questão pofissional que ele te deixou?

(Tatá, com aquele gostinho de vitória...)
- Foi. Ele não conseguiu aceitar o fato de eu ganhar mais que ele...

(Roberto Carlos já transformando-se numa pessoa mais 'alegre'...)
- Acho que esse doutorzinho não vem mais, né? O que você acha? E o pior, menina, é que está quase na hora do almoço, eu não tomei café e já estou morrendo de fome...

(Tatá, extasiante)
- O que você acha de nós remarcarmos nossa consulta para outro dia e irmos almoçar em casa? Depois a gente pode pegar um filme... Passar no Franz Café e tricotar um pouquinho. Eu ando me sentindo tão só, tão desolada. Ai, eu ando tão assim...

(Roberto Carlos volta à pose inicial, retoma a impostação de machão e levanta-se, voltando para a recepcionista, que nem ao menos o olha, de tão entretida que está com seu walkman e com o livro de Jung que lê)
- Acho uma tremenda falta de respeito a gente ficar esperando aqui um tempão e depois ninguém nem pra servir um cafezinho nessa clínica. Vamos embora.

(Roberto Carlos volta-se para Tatá e já um novo homem...)
- Vamos, que nãohá nada mais uó-do-borogodó do que esperar por um médico que não aparece por causa de um bofe que tentou se matar e ainda por cima nem pra dar uma satisfação. Ai, credo, eu hein?

(Ele olha para a recepcionista, meio confusa, que está ouvindo walkman e lendo seu livro e nem percebe que ambos saem de mãos dadas...E dão de cara com o psicólogo que os acompanha com os olhos com cara de assustado e depois senta-se em sua cadeira e pega uma revista da Marie Claire para ler e se dirige a secretária bem à vontade)
- Você fez o que eu te pedi?

(Ela toda solícita)
- Fiz, sim. Disse o que o senhor me falou pra dizer.

(O doutor já bem a vontade)
- Então, minha filha, pode tirar do fichário essas duas fichas aí. Esses dois não voltam aqui tão cedo. Ai, como é complicada a natureza humana, né? Eu é que o diga. Escuta, o Ronaldo Augusto ligou ?

(A secretária responde solícita)
- Ligou e disse que não estava muito bem, não. Sentindo uns enjôos, tontura. Disse que devia ser algo que tinha comido na noite anterior. Disse também para o Senhor não esquecer de passar no supermercado e comprar um pote de sorvete de flocos, marshmallow e um vidro de molho de alcaparras.

(O doutor a olha com um ar de preocupação)
- Então, não temos mais pacientes, hoje e podemos ir embora. Eu te dou uma carona.

(Ambos saindo já da sala)
- Menina, você nem imagina o que eu fiquei sabendo ontem... Você lembra do Alexandre...

A amor é lindo.

Claudinh@

quarta-feira, 27 de junho de 2007

AOS DESAVISADOS

Meus Queridos Amigos,

Em resposta às possíveis dúvidas advindas com relação aos textos aqui publicados, informo que este blog não é autobiográfico.

Não se preocupem, está tudo bem. A casa ainda não caiu, eu ainda não virei petista, nem macrobiótica, nem estou torcendo para o Corinthians.

O conteúdo deste blog é ficcão-não-científica com algum embasamento em Psicologia cognitiva e matemática financeira.

Está tudo bem !

:-D

terça-feira, 26 de junho de 2007

MINI-TEORIA VIRTUAL DA EXPANSÃO DA RAÇA HUMANA

O que teria acontecido se o homem só tivesse sido criado a fim de que um único tipo de existisse, o materno ? Talvez assim Deus não tivesse permitido que a humanidade caísse em tentação... Ou seja, Eva bem que poderia ter nascido antes de Adão a fim de ser sua mãe e não sua amante. Que loucura ! Já pensou ? Ao invés de comerem maçã juntos debaixo da sombra de uma frondosa árvore, correriam pelo Paraíso em busca de uma serpente que fizesse números de contorcionismo para fazer o menino rir até cair em sono tranquilo...

Talvez se Eva se não tivesse tido a oportunidade de saber que dali a alguns milênios tudo voltaria aos princípios... Aos princípios, sim. Explico-me. Se Eva não tivesse sido fecundada por Adão, mas pelos ancestrais do Anjo Gabriel, talvez hoje nem se ouvisse falar em engenharia genética...

Essa teoria virtual da expansão da raça humana poderia levar os mais céticos a questionar como seria possível termos chegado aqui, hoje, sãos e salvos e a mais absoluta semelhança divina, sem que tivesse havido a ciranda biológica que nos desencadeou. É muit simples. Se Lúcifer pôde ser um anjo caído e, partindo do princípio que Eva tenha sido criada antes que Adão, que chega ao paraíso como seu filho e não como seu amante, meia resposta já está dada.

A segunda metada baseia-se na hipótese de que Eva poderia ter tido a prerrogativa de ter escolhido para pai de Abel e Caim alguém que já tivesse sido anjo um dia...

Nem mesmo Malthus acharia tenebrosa essa teoria.

Se a humanindade, descendente divina de forma direta, fosse além disso, descendente de Eva e de um ta-ta-ta-ta-ta-taravô anjo, talvez o nome Adão nem existisse nos dicionários de nomes...

A utopia ainda é a maior perfeição já alcançada. O erro, a maior virtude, inclusive a divina, e o amor ... O amor, dessa forma o maior erro.

Por isso, rezo todas as noites e digo:

- Senhor, agradeço-vos por poder acertar e errar, amar e odiar numa mesma oração, já que não sou Eva, nem Malthus, nem Aldous Huxley.

Claudinha

UMA VAGA LEMBRANÇA

Já pensou se ao invés da gente rezar a noite antes de dormir (eu rezo!) a gente tivesse que fazer back-up e salvar numa espécie de 'pen-drive' tudo que processamos durante aquele dia e aquela noite ?

Amigos, acreditem, tem gente que faz coisas semelhantes. Tem gente que precisa anotar tudo num bloquinho senão não lembra o que tem que fazer na manhã do dia seguinte, mas não esquece que o Corinthians vai jogar no domingo contra o Palmeiras no Pacaembú... Bom, tudo é uma questão de prioridade. Cada um na sua.

Conheci um rapaz que levava um mini-gravador para a faculdade para poder cochilar durante as aulas. O duro é que naquela época os chips de memória ainda não eram tão potentes como hoje. O moço estudava comigo. Era vendedor. Raramente chegava na classe no sábado de manhã de ressaca. Chegava bêbado mesmo. Impressionante era que eu me matava de estudar e o tipo tirava nota boa. Ele se formou e hoje é empresário na área de entretenimento noturno.

Há casos interessantes também. Ontem meu sobrinho de 12 anos me confessou (via Messenger)
que está preocupado com suas notas. Ele me disse que presta muita atenção na aula, mas que não consegue intender quando um verbo é transitivo direto ou indireto e em quê que seria útil para ele aprender se a frase era subordinada adjetiva ou não. Aí ele arrematou dizendo que tudo que ele queria era casar, ter filhos e um emprego, sem grandes pretensões, portanto que tudo aquilo seria inútil aprender. Achei graça na objetividade dele e na auto-análise de que a inteligência dele deveria ser diferente da dos outros alunos por quê os outros vão mal, estudam um pouco e aprendem e ele segue continuamente a ir mal. Foi então que eu descobri com muito custo que ele não estuda em casa NADA. Bom, no final acho que consegui fazê-lo entender que a oração subordinada adjetiva é temporariamente importante em nossas vidas.

A minha memória é razoável até, mas altamente seletiva. Graças a Deus. Num país em que dizem que nós temos memória curta, ter memória seletiva acho que ainda é melhor !

Tenho dito !

Claudinha

segunda-feira, 25 de junho de 2007

B DE BABEL !

Olá Todos !

De tanto me dizerem que eu parecia mais psicóloga do que administradora de empresas, resolvi criar um blog para ajudar as pessoas. Já explico.

O fato de a profissão de administrador de empresas estar meio fora de moda nos tempos da tecnologia da informação (ou seria business intelligence?) tem me feito rever valores.

A minha manicure, por exemplo, hoje ganha mais que eu. Trabalha num salão bacana, tem vale-transporte e tudo. Um dia ela me disse que queria ter feito Administração de Empresas. Eu disse a ela que se ela tentasse uma vaga no Café Photo era mais negócio. Eu não tive coragem. O mais longe que cheguei foi me oferecer como professora de inglês para as meninas do Bahamas. Enviei meu Curriculum Vitae, mas ninguém me chamou para entrevista. Devem ter preferido algum nativo americano que em troca das aulas pudesse virar freguês.

Enquanto não pico a mula deste país, resolvi ajudar as pessoas que não têm dinheiro para pagar um terapeuta e darei minhas opiniões sobre questões do dia-a-dia e dos seus relacionamentos, problemas com chefe, com o namorado (ou pela falta de) etc. Investi uma grana preta em terapia e agora que tenho tempo por quê não ajudar a quem precisa ? Afinal, estou curada ! Heheheheh

Aviso: não faço e-commerce no blog com anti-ansiolíticos, velas para macumba nem cobro pela consulta, mas bipolares e maníacos-depressivos poderão eventualmente ser encaminhados a um especialista, amigo meu.

Divertam-se e Aproveitem !

Claudinha