quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

MOMENTOS QUÂNTICOS

Nunca fui boa aluna de física. Achava aquilo inútil. Força, velocidade, peso, massa. Mais inútil ainda eram as tentativas do meu professor de me explicar que a Física não estava separada dos fatos, mas que era só uma das explicações para estes.

Meu primeiro momento quântico ocorreu aos 15 anos quando teria de aprender em um mês o que não tinha conseguido assimilar em um ano de aulas de Física. Descobri então que força (f) era o desespero de uma estudante que para passar de ano teria de estudar com um pouco mais de dedicação as Leis da Física. Leis que eu havia infringido o ano todo.

Passei. Com um orgulhoso B. Foi aí que compreendi que Q = m.v. Que a quantidade de movimentos que eu fizesse para aprender e tentar imaginar a utilidade daquilo é que me impulsionaria adiante.

Houve muitos outros momentos quânticos depois desse. Com o tempo, fui assimilando outras Leis da física. Aprendi que a Lei do Mínimo Esforço era a lei que servia para ajudar as pessoas a não se permitir a explorar as Leis da Dinâmica...

Aprendi que um corpo para mudar de direção precisa necessariamente em algum instante (i) passar pela velocidade (v) zero. Aprendi porquê tive de mudar de direção várias vezes ao longo dos anos.

Aprendi que espaço-tempo é o sistema de coordenadas utilizado como base para o estudo da relatividade especial e relatividade geral, que um ponto, no espaço-tempo, pode ser designado como um "acontecimento" e que cada acontecimento tem quatro coordenadas (t, x, y, z); ou, em coordenadas angulares, t, r, θ, e φque dizem o local e a hora em que ele ocorreu, ocorre ou ocorrerá. Essa foi uma das principais descobertas ´compreendidas´ que mais usei. Só simplifiquei a teoria. A relatividade especial era a relativa felicidade que a gente sente em algum momento quando uma tentativa de fazer algo certo dá certo, enquanto que a relatividade geral é estar no lugar certo e na hora certa. Nunca mais esqueci essa Lei.

Agora a Lei que eu mais gostei foi a Lei que assustou Einstein... A Lei da Interação Quântica.

A teoria quântica prevê que a interação de duas ou mais partículas quânticas ocorre de maneira, no mínimo, estranha. Na interação quântica existem comportamentos difíceis de explicar, por exemplo: mesmo após separadas no espaço, quando uma ação é realizada numa partícula a outra responde imediatamente. Nós ainda não sabemos como as partículas se comunicam instantaneamente e nem como o sinal é passado, mas de alguma forma uma vez unidas elas se mantém fundamentalmente “amigas”. Esse comportamento estranho assustou o maior físico de todos os tempos. Algo que ele chamou de “assustadora ação a distância.” Absolutamente para qualquer ação que ocorra com você há alguma reação. Bom, onde esta se teoria se aplica na sua vida ? Aí vem o poeta e diz:


Nada criei de novo.
Nada acrescentei às formas
tradicionais do verso.
Quem sou eu para criar coisas novas,
pôr no meu verso, Deus me livre, uma
invenção.” (Thiago de Mello)


Já está tudo criado, pensado, verificado numa estrofe de milhões de dedos. Nesses momentos quânticos, a poesia e a física viram uma única ciência e conscientes se espalham por aqui...


Claudinha