terça-feira, 17 de julho de 2007

NEM DÍZIMO NEM SERMÃO

Estou lendo um livro do Aldous Huxley, o célebre autor de ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, que falava nos idos anos 30 sobre a sociedade de laboratório. É um clássico, recomendo. Li este livro em 1989 e até hoje a história permanece viva em minhas memórias tal o grau de surrealismo ali coloquialmente expresso.

Bom, este livro que estou lendo agora é outro, é o livro que inspirou o conjunto de rock americano The Doors a assim se chamar. Fala de uma experiência do autor com o princípio ativo de uma planta enteógena (aquelas do tipo do Santo Daime ou daquelas que os incas usavam em seus rituais indígenas). O autor chama o cérebro humano de válvula redutora da criatividade e percepção. Imaginem: já pensou se servissem esse chá aos fiéis nos cultos evangélicos ? Quantas válvulas redutoras poderiam voltar a ser cabeças pensantes ? O perigo seria uma percepção coletiva... A igreja entraria em colapso... A TV Record nem existiria e a Luciana Gimenez estaria vivendo de pensão do Mick Jagger, coitadinha, até hoje !

(Não entremos no mérito de crenças, que isso não se discute. Mas repito que aqui expresso só opiniões, o que não significa que eu não respeite e até tenha amigos evangélicos.)

Se é verdade que estas tais plantas do poder expandem a consciência das pessoas (isso nada tem a ver com drogas, assim eu li no livro), talvez se isso fosse incorporado na cesta básica de muita gente (se é que realmente expande a consciência e a percepção das coisas), vamos imaginar os fiéis evangélicos pegando fila para tomar sua dose e ter suas mirações ali mesmo na igreja.

Imaginem só a cena. Aparece um arcanjo numa nuvem azul e diz ao fiel para ele largar mão de ser trouxa, voltar para a escola, arrumar um emprego melhor e usar o dízimo para pagar um curso de inglês. Um outro fiel poderia aproveitar para bater um papo com um Ser superior e ouvir deste que a Palavra é onisciente e questionar a si mesmo se isso é de comer.

Como disse um padre italiano que conheci, as pérolas não se jogam aos porcos (!) Imaginem vocês um padre dizendo isso. Olha que os fiéis nem desconfiam que ele acha um saco rezar missa...

Não tenho nada contra padre, frei, pastor etc. Pelo contrário, tenho um grande respeito por pessoas que se dedicam a levar boas palavras às outras. O problema é a massificação das coisas. Ouvi de um amigo muçulmano uma vez que a religião foi criada para organizar a sociedade e por quê desorganizar não ? Foi a melhor definição de religião que já ouvi até hoje.

De qualquer forma, eu fico com os xamãs que não cobram dízimo e que não obrigam as mulheres a andarem só de saia e a não usarem maquiagem!

Pagar dízimo além do tanto de impostos que pagamos é um insulto à mais onipresente das consciências e eu ainda não surtei !

Claudinh@

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