sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

MAKTUB !

Há quase três meses, fui a uma livraria comprar um livro sobre finanças pessoais. O livro estava esgotado. Eu estava pensando nas mudanças profundas e nos insights que aquele livro tão bem recomendado poderia trazer para a minha vida. Com o livro ou sem o livro as mudanças viriam mesmo. Ao sair da livraria, entrei no carro, engatei a marcha-ré, acelerei pouco, cuidadosamente, fiz a manobra e logo após ter engatado a primeira marcha para sair do estacionamento da livraria, já ganhando a rua, escuto um baque forte do meu lado esquerdo. Assustada com a pancada, tentei sair, me senti encurralada, dentro do carro, mas não deu tempo. Com o susto e o esforço que fiz ao volante, acabei tendo fraturas na mão esquerda e ao invés de sair do estacionamento da livraria pensando nos estragos financeiros dos últimos anos em minha vida, saí de ambulância de resgate para o hospital imaginando que tipo de estrago teria acontecido na minha mão esquerda para estar sentindo tanta dor...

Estragos a parte, após ganhar de presente no hospital dois metaiscarpos novinhos em folha na mão esquerda, fico pensando nas pessoas que conheci durante esses três meses, por conta desse acidente.

Percebi que quando nós nos retiramos de dentro da situação onde está o problema e observamos as pessoas de fora, fica muito mais fácil interagir com elas.

Nada é por acaso. Minha parada foi obrigatória. Já recuperada, lembrei que um corpo para mudar de direção precisa atingir a velocidade zero. Literalmente, tive de atingir a velocidade zero para mudar os rumos que vinha seguindo.

Até hoje não comprei o tal do livro, só de bronca ! De qualquer forma, as férias obrigatórias foram boas e quase consegui colocar as finanças em dia: mudei de profissão e as perspectivas são muito melhores que seu eu tivesse ficado dentro da livraria mais 5 minutos procurando um livro substituto.

Como dizia o homem que calculava de Malba Tahan, Maktub !

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